Páginas

quinta-feira, 14 de maio de 2009

Heaven and Hell: Black Sabbath no Brasil

Para quem gosta de Rock pesado – leia-se Heavy Metal – o ano de 2009 tem sido um prato cheio. Após os gigantes do Iron Maiden e os mascarados do Kiss terem aportado por terras tupiniquins, é a vez de mais uma lenda tocar em nossa humilde nação sul-americana.

O mês de maio recebe pela terceira vez os ingleses do Black Sabbath. Para quem não sabe, essa é a banda que revelou o carismático e esquisitão Ozzy Osbourne.

O grupo que teremos a oportunidade de assistir neste final de semana, é composto por Geezer Butler (baixo) e Tony Iommy (guitarras), ambos do line up original, Vinny Appice, baterista de vasta experiência, inclusive nesta banda, e, sem dúvida o grande destaque da turnê, o baixinho – e de voz única – Ronnie James Dio. Foi com essa
formação que o Sabbath gravou “Mob Rules” e “Heaven and Hell” (nome de batismo do grupo para esta turnê), que, na opinião deste que vos escreve, são os dois melhores álbuns da carreira deles.

Ronnie James Dio


Nascido nos EUA com o nome de Ronald Padavona, Dio começou como baixista e vocalista da banda Elf, de sonoridade extremamente interessante, mas foi no Rainbow, banda de Ritchie Blackmore, guitarrista e principal compositor do Deep Purple, que o magistral cantor ganhou os holofotes.

Após o fim do projeto, Ronnie James foi convocado para substituir Ozzy no Black Sabbath - pois este havia abandonado o grupo para seguir carreira solo - e foi aí que sua carreira realmente deslanchou. Em 1983, querendo alçar voos mais altos, o baixinho lançou seu primeiro disco solo: Holy Diver. Chamado a partir daí de, simplesmente, Dio, o vocalista tornou-se uma das mais respeitadas vozes do meio, além de ser figura emblemática no Metal pesado. Sabe os chifrinhos que os fãs do estilo tanto gostam de fazer com as mãos? Bem, foi ele quem os introduziu e popularizou, tornando-os, inclusive, inerentes à própria imagem Rock.

Heaven and Hell

A razão para o nome é muito simples: desde 1998, o Black Sabbath vem se reunindo com seu primeiro vocalista, Ozzy Osbourne. Por causa disso, o líder da banda, Tony Iommy (que já fez parte do Jethro Tull anos atrás, em 1969, mas isso é uma outra história), decidiu, por respeito à instituição do grupo junto ao cantor original, dar um nove nome diferente para excursionar nesta turnê. Optou-se então por Heaven and Hell.


Brasil


O Black Sabbath nasceu em 1969, mas, por incrivel que pareça, essa é apenas a sua terceira excursão pelo país – diferente do Maiden, por exemplo, que já veio 7 vezes para cá. A primeira deu-se em 1992, justamente com esse line up que está em turnê. Na época, a banda se reuniu, assim como agora, somente para fazer shows, nada de reuniões e novos discos, apenas concertos nostálgicos para fãs carentes. A passagem foi um sucesso estrondoso, com ampla cobertura midiática nas 6 apresentações realizadas na terra do futebol (3 em São Paulo, 2 no Rio e uma em Porto Alegre).

Dois anos depois, em 1994, a banda retorna para show memorável, no primeiro Monsters of Rock realizado no Brasil, com gigantes como Kiss e Slayer entre os conjuntos participantes. O vocalista à época era Tony Martin, competente, porém muito aquém da qualidade e carisma de Dio.

Dio também veio para cá com sua banda solo em 2001, no Credicard Hall, e, um ano antes, com o Deep Purple & Orquestra, quando tocaram por três noites consecutivas no Via Funchal, na capital paulista. A potente e inigualável voz do baixinho fez o vocalista do Purple, Ian Gillan, ficar roído de inveja, fato nitido, especialmente quando Dio adentrou ao palco e o público delirou como não havia até então, como se o concerto estivesse apenas começando – e já estava mais para o final.

Agora é acompanhar mais um belo show promovido por aqui. Não é todo ano que temos tanta quantidade e, principalmente, qualidade na escolha de nossos eventos rockeiros, portanto, é importante aproveitar o momento, apesar do altíssimo valor dos ingressos.

Ah, o show do Kiss foi fantástico, emocionante, vibrante! Falarei com detalhes sobre ele assim que possível...por enquanto, fica a dica do Heaven and Hell, amanhã e sábado, no Credicard Hall.
Um abraço!

Confira esse vídeo muito bacana do Black Sabbath tocando o clássico Paranoid com Ronnie James Dio nos vocais, em 1992, no Canecão (Rio de Janeiro):
http://www.youtube.com/watch?v=DDXr3RspXsY


Carreira solo de Dio no festival Wacken Open Air, na Alemanha: inigualável!
http://www.youtube.com/watch?v=1Sxc25uWqI8


Heaven and Hell na Itália! De arrepiar!
http://www.youtube.com/watch?v=b4VtbKrUKGQ


Heaven and Hell pelo mundo. Datas da Tour:

Maio 05 - Bogota, Colombia, Coliseo el Campin
Maio 07 - Buenos Aires, Argentina, Luna Park
Maio 08 - Santiago, Chile, Velodromo
Maio 10 – Belo Horizonte, Brazil, Chevrolet Hall
Maio 13 - Brasilia, Brazil, Ginadsio Nilson Nelson
Maio 15 - Sao Paulo, Brazil, Credicard Hall
Maio 16 - Sao Paulo, Brazil, Credicard Hall
Maio 17 - Rio de Janeiro, Brazil, Citibank Hall Rio
Maio 30 - Moscow, Russia, B1
Maio 31 - Moscow, Russia - B1
Junho 02 - Helsinki, Finland, Icehall
Junho 04 - Oslo, Norway, Spektrum
Junho 06 - Sölvesborg, Sweden, Sweden Rock Festival
Junho 08 - Giessen, Germany, Hessenhallen
Junho 09 - Berlin, Germany, Zitadelle
Junho 10 - Bamburg, Germany, Jakoarena
Junho 12 - Donnington, England, Download Festival
Junho 13 - Bergum, Holland, Waldrock Festival
Junho 14 - Karlsruhe, Germany, Europahalle
Junho 16 - Bonn, Germany, Museumsplatz
Junho 17 - Zürich, Switzerland, Volkshaus
Junho 19 - Clisson, France, Hellfest
Junho 26 - Dessel, Belgium, Graspop Festival
Junho 27 - Milan, Italy, Gods Of Metal.

terça-feira, 12 de maio de 2009

O que a música Jamaicana tem a ver com Jazz ?

Boa parte da música Jamaicana deve muito ao Jazz. O ritmo foi muito bem incorporado pelo Ska com os improvisos dos trompetes soxofones e trombones e já bem conhecido por bandas como Skatalites e outras do estilo chamado Ska-Jazz.


Mas a relação do Jazz com o Early Reggae é mais inusitada. Mais ainda é a ligação do Jazz com rocksteady.


Aqui vai uma amostra de um rocksteady-jazz RARÍSSIMO de uma releitura de um clássico do Herbie Hancok, Cantaloup Island.
Nessa versão ela tem o nome de Cantaloupe Rock


 











 



Esse álbum é a prova da grande adaptabilidade do Reggae a outros ritmos, assim como é a prova de como o mercado fonográfico é falho em retirar de circulação obras recentes como essa, lançada em 1999, hoje em dia só é encontrada na mão de colecionadores no Ebay. Apesar do álbum ser de 99, as bases são clássicos da Studio One compreendidos entre o final da década de 60 e o começo de 70.

Coxsonne Dodd convidou o Trompetista jamaicano de Jazz Roy "Bubbles" Burrowes para improvisar em alguns de seus mais famosos riddims da Studio One. Acompanhando Roy Burrowes nos improvisos vieram os Saxofonistas norte-americanos Clifford Jordan e Charles Davis para incrementar um dos melhores álbuns de instrumentais de Early reggae e Rocksteady. A Maioria das bases são instrumentais do Sound Dimension, grupo base da Studio One, com alguns nomes como Jackie Mittoo, Roland Alphonso, Ernest Ranglin e Cedric Im Brooks.


 




















 


Para ouvir mais faxias desse álbum: http://youandmeonajamboree.blogspot.com/2009/01/roy-burrowes-with-clifford-jordan-and.html


 


 



Álbum raro!
Gravado em 1976 pelo selo Eve e produzido por Buster Riley.
Apesar do nome, esse álbum não remete tanto ao Jazz quanto o  álbum "Reggae Au Go Jazz". Mas é possível perceber os improvisos instrumentais de Tommy McCook. Faixas como a 'Caution' que demonstra bem esse estilo de 'Reggae Jazzistico' de McCook.
Tem até umas faixas típicas do Skinhead reggae como a faixa 'Collin'


 





























 


http://youandmeonajamboree.blogspot.com/2009/04/tommy-mccook-reggae-in-jazz-1976.html


 


 

New Cross Fire: Incêndio em festa com soundsystem deixa 13 mortos

O New Cross Fire foi um devastador incêndio em uma festa de aniversário, que matou 13 pequenas crianças negras em 18/01 de 1981 no sudeste de Londres. O caso recebeu uma grande repercursão devido ao fato da comunidade branca agir com indiferença ao acidente, até mesmo a Polícia Metropolitana de Londres foi acusada de esconder os fatos, criando protestos entre os ativistas políticos negros e até hoje é um mistério de como começou o incêndio. New Cross já era uma região conhecida por tensões raciais e por ser um local que havia constantes ações do National Front. Depois de 28 anos, familiares das vítimas ainda dizem que foi um incêndio criminoso!

'Na capa Sir Collins e seu filho Steve Collins'


Sir Collins, conhecido pelo hit 'Black Panther' produziu esse LP em memória de seu filho, Steve Collins. Com apenas 18 anos, Steve morreu enquanto tocava com seu sound system na famosa festa de New Cross Fire, sound system que foi dado de presente pelo seu pai, Sir Collins. Steve mandava muito bem nos scorchers e também era um bom cantor, na época foi reconhecido como o mais novo e melhor jovem cantor de Londres. Outros cantores de reggae também chegaram a comentar sobre o 'incêndio' nas suas músicas, como: Benjamin Zephaniah que gravou a música '13 dead' (Treze Mortos), Linton Kwesi Johnson ‘New Craas Massahkah’ e Johnny Osbourne que gravou a música: '13 dead and nothing said' (13 mortos e nada dito).


'Na contra-capa Steve Collins, filho de Sir Collins que morreu no incêndio tocando seu soundsystem'


Confira alguns sons desse LP que é uma obra de arte, tanto musicalmente quanto historicamente. A depressão de seu pai e seu imenso talento está exposto claramente nesse LP... Com vocês, Steve Collins...





























Para ouvir o resto do LP, clique aqui!

quinta-feira, 16 de abril de 2009

Imortais do Rock - entrevista com Edu Falaschi, vocalista do Angra

As bandas clássicas parece que não morrem: Kiss, Iron Maiden, Motörhead, Judas Priest, entre outros dinossauros do rock, aparentemente não tem membros feitos de carne e osso como somos nós, reles mortais. Recentemente, fiz uma entrevista com o vocalista da banda paulistana Angra - provavelmente o maior nome em termos de rock pesado no Brasil - para o jornal Diretriz sobre este assunto, e achei um desperdício não publicá-la, já que as declarações do cantor são muito interessantes e até surpreendentes.
Portanto segue, na íntegra, aquilo que Edu Falaschi - um cara muito gente boa - pensa sobre os "imortais" do Heavy Metal, e, de quebra, ele comenta sobre a nova turnê de sua banda principal - ele também canta no Almah - junto com o Sepultura, que chegará a São Paulo em maio. Está muito legal! Espero que vocês achem o mesmo:

Por que as bandas antigas, como Kiss e Maiden, trazem cada vez mais público para seus shows no Brasil. O próprio A-ha, que toca em lugares pequenos no exterior, quando vem pra cá sempre faz show lotados. Existe alguma coisa especial nos fãs brasileiros?

EDU FALASCHI: Infelizmente, é a cultura do brasileiro IDOLATRAR tudo que vem de fora, cansei de ver artistas do qual a carreira "é inexistente" no exterior, como "Double You", "Mafalda Minoze", "Richie", "Information Society", etc, e aqui é um tremendo sucesso. No caso do Maiden, essa banda é um fenômeno, lota estadios no mundo todo, quanto ao Kiss, o hiper "MARKETING" de suas atividades o transformou numa lenda viva, porém, a venda dos ingressos no Rio de Janeiro por exemplo está sendo ridicula, cerca de 3500 ingressos na primeira semana de abril. Mas devo confessar q a industria da música está em transição e no olho do furacão. Tudo é incerto e não existe ainda uma luz no fim do tunel realmente significativa. Mas independente de tudo o que falei, o melhor público pra shows do mundo é o brasileiro sem dúvida e digo isso com propriedade depois de tocar em quase todos os continentes.

Por que as pessoas se apegam tanto às bandas antigas? Bandas novas causam muito menos impacto nelas? - exemplo: Oasis ou o Simple Plan, que, anos atrás, tocaram para mais de 20 mil pessoas, irão tocar agora para 5, 6 mil, e bandas como Maiden, ou o Kiss, que nem disco lança há mais de 10 anos, parecem tocar para cada vez mais gente.

EDU FALASCHI: Eu não diria "bandas antigas", o Oasis também é velho. Meu ponto de vista é que no caso do Metal existe algumas coisas q não tem praticamente nos fãs de outros estilos, FIDELIDADE, PAIXÃO, DEDICAÇÃO. Nos outros estilos o cara não cria um conecção de alma com seu idolo, um dia é fã na outra semana já esqueceu, por conta de outra banda. No Metal naum, é pra toda vida, hámuito em jogo, SONHOS e ILUSÃO, por exemplo. Muitos dos fãs das bandas de Metal tocam instrumentos e tem suas próprias bandas. É como um grande "clã", uma nação altamente fanáica e apaixonada. O mais próximo do sentimento q abita o fã de metal q me lembro, é a paixão por um clube de futebol.

Você acha que essas bandas antigas ajudam a manter o rock pesado sempre funcionando? O que você acha que pode acontecer com o meio quando estas não existirem mais? Por que é tão dificil substitui-las?

EDU FALASCHI: Esse é o grande problema com a internet. Para se criar uma grande banda, um icone de verdade, uma lenda, é necessário muita grana, propaganda, marketing, midia, turnê mundial, etc. Um estrutura enorme q envolve milhares de pessoas. As gravadoras forneciam isso. Hoje em dia com a morte decretada de praticamente TODAS as gravadoras, será impossível criar ICONES. Isso não vai mais existir. Não se iludam aqueles que pensam que com um myspace ou site, ou blog, ou o que quer q seja na internet, mesmo que com 10 milhões de "page views", vai alcançar o nivel de estreato das bandas de outrora. Isso nunca mais vai acontecer. Tudo será rapido e descartável, os artistas futuros serão numa semana, "ROCK STAR" ou "POP STAR" e no fim do mês voltarão para seus antigos empregos.

Você acha que a reunião dessas bandas é por uma vontade, um tesão em voltar a tocar, ou elas estão apenas querendo ganhar uma grana a mais em cima dos sedentos fãs - bandas como Van Halen, Twisted Sister. Como é possível pessoas que se odeiam - como dizem ser a situação entre Steve Harris e Bruce, no Maiden - conviverem juntos na estrada?

EDU FALASCHI: É 100% dinheiro. Isso não existe de voltar por que sentiu saudades e se arrependeu das brigas do passado, ou pela música, hahaha, isso não existe. Só um completo idióta pensaria q o motivo é a música. O fato é que antigamente todos esses ex-aposentados viviam em suas mansões as custas de "Direitos Autorais" de obras e sucessos antigos. Com o completo fracasso nos recolhimentos de direitos autorais entre outros, todos os envolvidos, editoras, gravadoras, músicos, associações, etc. Se viram num "completo e sombrio deserto". Dessa forma a única maneira desses "dinossauros" conseguirem manter seu padrão de vida é fazendo shows. De certa forma isso é bom, "bora trabalhar macacada"!

Para terminar: o Angra e o Sepultura anunciaram há pouco uma turnê conjunta pela América LAtina. Como surgiu essa idéia, e qual a sua expectativa, e a das bandas envolvidas no geral, quanto a esses shows?

EDU FALASCHI: O Angra conta hoje em dia com a Monika Bass para vender os shows da banda, ela por sua vez é empresária do Sepultura, daí nos apresentou essa idéia e a gente achou bacana juntar pela primeira vez na história as duas maiores bandas de metal do Brasil. Estamos anciosos pra voltar pra estrada depois de quase 2 anos sem tocar com o Angra.

terça-feira, 31 de março de 2009

O REI DO MARKETING


Esse post do Greg sobre a “cerveja marley”, inspirada na lenda do reggae, Bob Marley, me lembrou de um outro músico que fez seu nome tranformar-se em marca para tudo o que é produto. Na verdade é uma banda inteira, que, inclusive, os brasileiros – ao menos algun milhares de paulistanos e cariocas – terão a oportunidade de assistir ao vivo na semana que vem: o Kiss.

Não acredita? Então dê uma olhada loja virtual deles - http://www.fanfire.com/cgi-bin/WebObjects/fanfire.woa/wo/7.13.5.1 - pois lá você encontrará guitarras, camisetas, vinhos, gibis, roupas de ciclista, camisinhas. De fato, esse é, sem sombra de dúvida, o grupo de rock mais marketeiro do planeta. E eles têm orgulho disso!
Quando digo “eles’, me refiro mais a “ele” do que a qualquer um outro, o baixista e vocalista Gene Simmons, que também é protagonista de um reality show de nome Gene Simmons`Family Jewels , em que o eterno linguarudo compartilha com o público o dia a dia com a sua família – semelhante ao programa “The Osbournes”, com outro famoso roqueiro dos anos 70.

O lendário Gene - meu conterrâneo, judeu e nascido em Israel - é o tipico sujeito que adora o capitalismo e tudo o que gira em torno dele, em especial, a publicidade. Vale tudo para vender sua imagem, que se tornou uma das mais conhecidas do mundo – provavelmente tanto quanto, ou até mais, do que à de Bob Marley, a inspiração para este post.

As entrevistas que vem dando ao longo da carreira são folclóricas – como o fato de afirmar ter transado com mais de 5 mil mulheres. Além do gosto por meninas ter se tornado uma de suas marcas - assim como a sua gigante língua - a paixão pelo dinheiro é algo que Gene tem gosto em falar. Um belo exemplo disso é esta frase: "Mozart não vendia merchandise porque não podia. Eu posso e venderei o que puder. Se quiser fazer um papel higiênico com o meu rosto impresso, eu farei. Você pode limpar a bunda com a minha cara, mas vai ter que pagar por isso". E não é exagero, já que o Kiss tem, entre seus outros produtos, além de alguns já citados no começo deste texto, skates, jóias e... até caixões(!!!). É isso mesmo que você leu: se, quando morrer, você quiser ser enterrado dentro de um caixão do Kiss, isso é possível e, segundo o próprio Gene, a demanda é bastante alta por um desses.

Ao contrário de outros artistas - que dizem não precisar mais de dinheiro, que tocam só por amor – o baixista fala para quem quiser ouvir, e até para aqueles que não quiserem, que, tudo aquilo que faz, pode até ter amor envolvido, mas é por dinheiro.


E viva Gene Simmons!


Assista a este vídeo em que o baixista comenta sobre a nova temporada de seu reality show, sua carreira solo, religião, casamento, entre outros assuntos bacanas:


http://www.youtube.com/watch?v=STlefVItU2k





Abaixo, um trecho do reality show Gene Simmons´ Family Jewels, exibido pelo canal a cabo A&E. Engraçado demais!



http://www.youtube.com/watch?v=0QkUWm_lTHw




E para aqueles que estão com dinheiro sobrando, e nunca viram o Kiss ao vivo, aqui vai uma prévia do espetáculo. A banda toca no Anhembi, em São Paulo, no dia 07 de abril – terça feira – e no dia 08, na Praça da Apoteose, no Rio de Janeiro. É espetacular e vale a pena conferir!



http://www.youtube.com/watch?v=QoLx8RsHN0A


Para mais frases de Gene e seus companheiros e ex-companheiros de banda: http://jfkiss.br.tripod.com/jfkiss/id10.html


Reportagem do jornal “O Globo” sobre a vinda da banda o Brasil. Vale uma olhadinha:

http://oglobo.globo.com/cultura/mat/2009/03/24/kiss-tem-mais-descarada-operacao-de-merchandising-do-rock-754976598.asp



O Kiss Kasket, o caixão do Kiss. O guitarrista do Pantera foi enterrado nele.

Bob Marley poderá virar marca de cerveja


Mesmo depois de sua morte, parece que o Bob Marley não terá descanso tão cedo. O Cantor é um dos maiores fenômenos de marketing na música mundial.

Depois de ter seu nome vinculado a inúmeros serviços, passando de Spa a parque de diversões e produtos de materiais escolares a sedas para enrolar baseados, e até mesmo o próprio baseado (a Phillip Morris já patenteou a marca “Marley” prevendo que, em um futuro próximo, a maconha seja legalizada), a novidade agora é a cerveja do Bob Marley.

Campanha humorística fictícia sobre a marca de cigarros Marley's

Há pontos de vistas conflitantes de parentes de Bob Marley sobre a recente decisão de sua família de usar sua imagem para uma nova linha de produtos, incluindo pranchas de snowboard e cerveja.

A esposa do cantor, Rita, defende que o negócio fechado com a companhia canadense Hilco, tem como objetivo impulsionar a lenda de Marley pelo mundo através do marketing. Mas Ziggy Marley, o filho mais velho do cantor, diz que ele está preocupado com seu pai tornar-se um produto.

A Hilco será responsável pelo suporte à marca “Marley”, assim como outras ligadas a ela, como a gravadora Tuff Gong e o museu de Bob Marley. A lista vai mais longe, Acessórios dos mais diversos, desde as usuais camisetas estampadas a uma linha mais requintada de vestuários esportivos, comes e bebes, instrumentos musicais, serviços como restaurantes, cafeterias, hotéis, resorts e até mesmo vídeo games e produtos para computador.

“Temos uma marca que já está carregada, mas tem áreas que podíamos estar melhor. Então eles (Hilco) disseram, ‘Vamos ajudar vocês’. “declarou Rita recentemente ao jornal Jamaica Gleaner

O negócio fará com que a empresa Hilco procure usos legais da imagem e nome de Marley. Mas a principal investida que da empresa será com a marca de roupas “Catch a Fire” de Cedella, filha de Bob Marley, lançando diversos produtos, que incluem uma cerveja Marley.

Falando ao Gleaner de Los Angeles, na semana passada, Ziggy disse que ele está “cético” quanto ao negócio com a Hilco.

“É uma decisão de família, mas eu não concordo plenamente com isso. Quero ter certeza que tudo está de acordo com a mensagem de meu pai, então verei como as coisas vão correr”, disse ele.

Já Sua mãe não vê nada de errado em produzir a cerveja Marley.

“Eu bebo cerveja, Bob bebia cerveja, seus amigos também bebiam. Ele nunca tomou (outros tipos de) álcool, mas ele amava Guinness”.

"Crack down"

O CEO da Hilco, Jamie Salter, tem a tarefa de mediar os negócios da marca e de acabar com a pirataria com o nome Marley. Ela disse ao CBC News do Canadá que os produtos Marley faturam 1 bilhão de dólares anualmente.

Bob Marley era um rastafari e um oponente do “sistema”. Muitos de seus sons tinham temas de revolta que o fizeram um ícone da contracultura de sua época.

Músicos como Bob Dylan e Bruce Springsteen não gostam do comercialismo em torno da imagem, enquanto outros como Rolling Stones já fizeram mega turnês patrocinadas por gigantes como a cerveja Budweiser.

Crescimento Significante

A imagem de Marley cresceu consideravelmente desde sua morte de câncer aos 36 em 1981. Legend, uma compilação, com seus mais conhecidos sons, vendeu mais de 15 milhões de cópias pelo mundo e é um dos álbuns que mais duraram no catálogo da Billboard.
A família Marley deu o nome do cantor para que usassem em diversos lugares, incluindo um parque temático na Flórida e um spa que abriu nas Bahamas em 2007.

Spa que leva o nome de Bob Marley em Bahamas

quinta-feira, 26 de março de 2009

O que o Radiohead tem a ver com a música Jamaicana?

“Reggae sempre bateu de frente com temas sombrios, mas consegue fazer isso numa maneira que dá esperança nos momentos mais cinzentos. A aproximação do Radiohead é similar”

Também aproveitarei o entusiasmo que a passagem do grupo causou por aqui e farei uma ligação com a nossa área.

Há alguns anos torcemos o nariz quando vimos o radiohead ligado à musica jamaicana. Talvez pela jogada de Marketing que estava armada.
O fato foi que, aproveitando o sucesso do grupo, a Trojan Records, em comemoração aos seus 40 anos, convidou alguns artistas a selecionarem músicas dos arquivos da gravadora, entre eles o guitarrista do Radiohead, Johnny Greenwood. Para não fazer feio, ele colocou por 6 meses em seu Ipod apenas músicas jamaicanas da gravadora. Nomes como Lee Perry, Ken Boothe, Marcia Griffths, Junior Byles.
Até que a seleção surpreendeu por conter alguns dos primórdios do reggae como as músicas "Let Me Down Easy" de Derrick Harriott e "I'm Still in love With You"

Capa do álbum "Johnny Greenwood is the controller"

e duas amostras do gosto musical do guitarrista do Radiohead


Com certeza foi um meio de levar o conhecimento da música jamaicana para esse público. O que hoje em dia acho muito válido.

A outra tentativa de aproximar o público do Radiohead à Jamaica, foi pelo trabalho do grupo Easy Star All-Stars.

A banda já era conhecida por ter gravado, com novas roupagens em Dub, um álbum em tributo ao Dark Side of the moon do Pink Floyd.O mesmo foi feito com o Radiohead. O álbum, lançado em 2006 e chamado de "Radiodread", conta com covers do terceiro disco da banda, "Ok Computer" e com a participação de artistas como Toots & Maytals, Horace Andy, Meditations, Israel Vibration, entre outros.

“OK Computer tem elementos que são perfeitos (para o reggae) - - letras fortes, uma atmosfera musical dinâmica, intensa e brisante. Por outro lado, tem um tempo musical complexo, muitas mudanças de acordes e coisas que tipicamente não são achadas no reggae. No entanto, quanto mais pensavamos, mais percebíamos que era esse o álbum que tínhamos de fazer. Radiohead deu sua benção às faixas que escutaram até agora, ficamos muito empolgados" disse Michael Goldwasser, produtor do disco.

A track List é idêntica a do disco oficial, nenhuma letra foi muito modificada. Com a permissão do Radiohead, apenas alguns trechos foram alterados, coisas para ficar com mais cara de Jamaica. Na música "Paranoid Android", no lugar de, "god loves his children" foi feito "jah loves his children".

O álbum recebeu diversas críticas, tanto dos fãs do Radiohead quanto dos fãs de música jamaicana. Isso é mais do que normal quando se está fazendo um trabalho desse tipo. Mexendo com fãs que não estão dispostos a ouvir novas roupagens para as músicas favoritas, e os avessos a verem seus artistas favoritos tocando os sucessos do Radiohead. Mas o próprio pessoal do Radiohead aprovou o resultado.

Aqui vai um exemplo do trabalho.


quarta-feira, 25 de março de 2009

Quem vai pagar pelos meus sapatos novos?

Esperar que tudo ocorra de forma perfeita em um evento é ser muito positivo, já que este está sempre sujeito a ter problemas de última hora, além, é claro, das falhas humanas, afinal qualquer um está sujeito a elas. Não é fácil organizar algo desse tipo, pois são muitas as preocupações, muitos os detalhes, portanto é fácil um ou outro ser esquecido ou legado a segundo plano.
Agora, quando dá tudo errado é porque provavelmente houve negligência de uma ou mais pessoas, a cuja função seria a de organizar. Falo aqui da apresentação da banda inglesa Iron Maiden, realizada no dia 15 deste mês no Autódromo de Interlagos. Eu já havia estado no local, exatamente 10 anos atrás, no show do Kiss. Na época, já foi possível notar que lá não era bem o lugar ideal para a realização de um evento de tal porte. Não digo isso pela distância que fica do resto da capital, até porque o acesso não é de todo dificil – um trem deixa seus passageiros a pouco mais de 10 minutos da entrada principal do grande palco de corridas de São Paulo. O tamanho da pista para o público também não tem como reclamar: é provavelmente a maior entre as poucas opções de espaço para concertos grandiosos que temos na cidade. É realmente imenso! – mais de 60 mil pessoas, de acordo com fontes diversas.
No distante ano de 1999, ainda no século passado, já era perceptível a péssima acústica que o autódromo – totalmente aberto – possuía. Que o espaço, em forma de vale, com o palco na parte mais baixa possível, era impossível de ser coberto por alguma proteção no chão para o caso de chuvas. Que uma única entrada de acesso é pouca coisa quando mais de 40 mil pessoas são esperadas para ingressar em algum evento.
Lembro-me que no Kiss muita gente só conseguiu entrar quando da execução da 3ª música do show, fato que deveria ser um crime, uma vez que, muitas destas, chegaram a fica 3, 4 horas na imensa fila, pagando preços muitas vezes absurdos pelo ingresso. Tudo isso em 1999...dez anos atrás!
Quando eu soube que o Iron Maiden tocaria no mesmo lugar dos norte-americanos, logo tive a premonição de que as mesmas besteiras seriam feitas na organização. Mas, desta vez, foi muito pior!
A começar pelo clima, que não ajudou: duas horas da tarde iniciou-se uma chuva torrencial, a qual teve provavelmente duração de 1 hora, fazendo da pista interna um verdadeiro lamaçal na hora do evento. Meu tênis preto, comprado em dezembro, tornou-se marrom. Camiseta, bermuda...nem a cueca escapou da sujeirada incessante.
A falta de entradas de acesso para o público – havia apenas um portão aberto para isso – foi outro enorme percalço. A fila, 40 minutos antes do horário programado para a “besta”, como é conhecida a donzela de ferro, adentrar ao palco, era terrivelmente assustadora: por mais de 2 quilômetros, ela se estendia repleta de jovens de preto agonizados pela possibilidade de perder parte do evento ao qual juntaram, durante meses, o dinheiro necessário para ir.
O som, mais uma vez, estava um tanto sofrível. Em muitos momentos, o canto do público se sobressaía sobre a potente voz de Bruce Dickinson e o acompanhamento de seus companheiros de banda. Não que os fãs estivessem com vozes tão potentes, os alto-falantes é que cantavam baixo mesmo.
A saída foi outra piada: o público ficou penando mais de uma hora para achar o caminho que os levaria de volta para casa. A falta de organização chegava a ser engraçada, apesar de lamentável, porque os fãs não sabiam pra onde ir, os seguranças e monitores não sabiam aonde indicá-los, tornando as mais de 45 mil pessoas, de acordo com a organização, em clones de baratas-tontas, indo de um lado para o outro sem rumo – isso sem contar o desgraçado barulho dos pés caminhando na lama, que, de tão alto, chegava a dar agonia – como bem ilustrou um amigo meu, pareci com uma descrição do inferno. Graças à imensa fila, citada dois parágrafos acima, o evento foi atrasado em mais de uma hora, o que fez com que, somada à bagunça para deixar o local, a maior parte das pessoas conseguisse chegar à rua somente depois da 0:00h – horário em que os trens já não mais funcionavam, fato que levou muita gente a ter de pagar um táxi para voltar para casa, ou, se sem dinheiro, dormir na rua.

Mas e o show?
Gostei muito da matéria publicada pelo amigo e jornalista Marcelo Freire , na Folha OnLine – para quem tiver interesse: http://guia.folha.com.br/shows/ult10052u535284.shtml . De fato o Maiden fez um show fantástico, com produção de palco impecável, cheiode pirotecnias. O público estava também mais calmo do que o normal - não sei se por medo de cair no lamaçal ou por estar tão impressionado com a qualidade da pirotecnia e daqueles tiozões de mais de 50 anos correndo pra lá e pra cá, fazendo com que todos tivessem a oportunidade de ter uma boa visão do palco – pois não vi, de onde eu estava, e era bem próximo à grade, nenhuma “roda” ou “bate-cabeça”, práticas comuns em eventos do gênero, e que costumam atrapalhar, ao menos aos que desejam apenas assistir à apresentação.
No final, foi possível ver todos saindo com um grande sorriso no rosto, satisfeitos pelo dinheiro bem gasto no evento, a despeito de toda a palhaçada ocorrida antes e depois de sua realização. Tudo o que uma pessoa quer quando investe sua grana em um show como esse é, simplesmente, assisti-lo. Sabendo disso, parece que os organizadores esquecem que lá na pista estão trabalhadores e estudantes que merecem respeito e um mínimos de dignidade. Quanto foi o lucro dos promotores? 4? 5 milhões?
Talvez um pouco menos de egoísmo por parte destes com os próprios luxos, um pouco menos de “eles vão pagar pra ir de qualquer jeito!” ou “Não precisa caprichar tanto!”, pudessem dar ao concerto uma conotação mais positiva em meio à imprensa e aos próprios fãs, já que o show em si, foi sim, muito bom. O que virou notícia de verdade, aquilo que virou destaque nos jornais e portais foi mais os inúmeros problemas ocorridos, do que a apresentação do Iron Maiden propriamente.
Lamentável!

http://www.youtube.com/watch?v=frJU742cLyU

Uma amostra da situação lamentável do local do evento

Neste link, está publicada a carta da organização, que procura explicar as atrapalhadas que aconteceram no concerto: http://whiplash.net/materias/news_877/086101-ironmaiden.html

PS: De tão clara que estava a bagunça no local, o próprio vocalista da banda, Bruce Dickinson, pediu desculpas por pelo menos duas vezes por esta. O que fica, mais uma vez, é uma imagem negativa do Brasil para com nossos amigos estrangeiros. Não que liguemos tanto pra isso: se houvesse uma organização decente, com todos sendo devidamente respeitados, já estaríamos bastante satisfeitos.

segunda-feira, 23 de março de 2009

Show do Wailers em São Paulo: Saiba como foi

(Foto: Vicky Machado)

A noite do show do Wailers já começou com atraso. A começar por nossa parte. Chegamos por volta das sete da noite a banda Leões de Israel havia acabado de começar sua apresentação, que estava prevista para um pouco além das cinco horas. Isso ocasionou um efeito dominó, atrasando as outras apresentações como a do Planta Raiz e Wailers.

Com uma apresentação cheia de vocais e performances em palco, o Leões de Israel abriu a noite, devemos admitir que nos surpreenderam, mais até que os Wailers, que se já não bastasse previsibilidade das músicas que seriam tocadas, eles ainda tiveram a coragem de tocar o álbum Exodus (1977) inteirinho, seguindo até mesmo a ordem das músicas, sem pôr nem tirar.

Com mais de duas horas de atraso, os Wailers entraram um pouco depois das dez da noite. Abriram com"Natural Mystic" seguido de "So Much Things To Say", "Guiltiness", "The Heathen", "Exodus", "Jamming", "Waiting In Vain", "Turn Your Lights Down Low", "Three Little Birds" e quando acabou a tracklist do álbum Exodus, vieram as clássicas que não poderiam faltar, "One Love" e "No Woman no Cry", que soou como um coro cantado por todo o público, estimado em quatro mil pessoas no espaço das Américas , que tem capacidade para oito mil.

Os Wailers são das poucas bandas de Reggae que conseguem chamar tanta gente e com um público tão diversificado e ao mesmo tempo massificado. Eram incontáveis as pessoas com camisetas do Bob Marley. Nossa idéia foi entrevistar e conseguir depoimentos de diferentes estilos de pessoas acerca do Reggae. A abordagem era tranquila, fazíamos as perguntas e o pessoal já se empolgava respondendo entre gritos de 'Positive Vibration', 'Reggae é Bob' e outras pérolas como:

"ahhh meu, é banda do Bob né, pura cannabis vibration", "ahhh eu curto bastante de musica jamaicana, Ponto, Tribo, Groundation(!?!?!) e bob é claro !"

Nosso gravador não estava nos ajudando, mas quem conseguir captar algo, está bem legal!

Devido as caixas, que ficavam apenas em frente ao palco, o som ficou a desejar, principalmente aqueles que ficavam mais para o fundo. Pelo menos havia um telão transmitindo o show, o que não deixava o povo do fundão decepcionado. O salão do evento era espaçoso e muito bem ventilado.Se na maior parte do show, as músicas tocadas eram previsíveis, as surpresas mesmo vieram para o final, quando finalmente o Wailers tocam algo da década de 60 como “City Hypocrities”, “Thank you Lord”. Já estávamos ficando decepcionados papor não tocarem nada da fase inicial do Wailers. Apesar de que não foi tocado nenhuma música da fase Ska do Wailers, como a clássica “Simmer Down”, mas enfim, a alegria maior veio no finalzinho, quando cada instrumentista começou a solar nas bases de sucessos da Studio One (gravadora que iniciou os Wailers na música, tendo como mentor Coxsone Dodd). Clássicos riddims de grupos como Soul Vendors, Sound Dimension, Jackie Mittoo. Os sucessos Drum Song", "Real Rock" e "Rocksfort Rock". Muita gente nessa hora caiu do cavalo e ficou com um ponto de interrogação na cara esperando os sucessos cantados.

Mas com um pouco mais de duas horas de show e passada a meia-noite, para a tristeza de muita gente que foi embora de metrô, o Wailers encerrou sua passagem pelo Brasil neste ano.

Logo após o show ficamos em uma área reservada a espera Aston Barret, o único integrante original do Wailers, para nos conceder uma rápida entrevista. Mas estava difícil, ele não queria receber ninguém. Quando o encontramos ficamos sabendo o porquê disso. Era o clássico "momento relax dos jamaicanos". A Big Spliff!
Mas sabe aquela história de tão perto, mas tão longe ? Era a situação, uma grande muvuca em torno da porta do camarim, que era a única barreira que nos separava de Aston Barret. Em um momento o jurássico com uma típica ação de carteirada, intimou o segurança dizendo que era apenas uma perguntinha para uma matéria para a MTV. Auhuhauhauha. O Segurança abriu a porta liberando a nossa entrada. "Fazendo jus ao invasão Jamaica". Eis que estamos ali, e ao fundo do camarim estava Aston Barret, preparando seu "momento Relax jamaicano". Sentimos que aquilo tratava-se de um cronometro para nossa entrevista, uma espécie de ampulheta. Assim que ele terminasse o trabalho, adeus entrevista. Estavamos apenas com um gravador na mão, mas o barulho do camarim era grande, parecia uma festa. Aliás, era uma festa.

Chegamos todo sem graça, achando que ele nos responderia de uma forma indiferente. Mas que nada, o cara é muito simpático. Perguntamos qual a impressão que ele tem sobre a moderna música jamaicana e se ela está acabando com o Reggae (tema decorrente na Jamaica). A resposta veio em um inglês jamaicano carregado de um forte 'Patois' (sotaque dos jamaicanos). "isso são músicas para jovens", seguido de," Eles não estão matando nós (reggae), estão matando eles próprios", em um clássico conservadorismo dos velhos artistas jamaicanos.

O áudio está meio precário. Mas bastam em se tratando das palavras de Aston Barret

(Chaveirinho do Panta e Raiz, Aston Barret, Greg)

Jurássico, Aston 'Family' Barret, Greg

(Foto: Vicky Machado)

(Foto: Vicky Machado)

(Foto: Vicky Machado)

(Foto: Vicky Machado)

(Foto: Vicky Machado)

(Foto: Vicky Machado)


(Filmagem: Greg Fernandes)

domingo, 22 de março de 2009

The Wailers faz apresentação em São Paulo

Depois de ter cancelado oito shows no Brasil no ano passado, o lendário grupo jamaicano The Wailers fez apresentações em Porto Alegre, Ribeirão Preto, Rio de Janeiro e hoje se apresentará em São Paulo. O grupo é tratado por muitos como ícone musical jamaicano, mesmo apesar de hoje em dia, o grupo só conter um dos integrantes originais da banda, o baixista Aston Barret. Foi com o grupo Wailers, originalmente chamado de Wailing Wailers, que Bob Marley tornou-se o porta-voz do Reggae.

The Wailers em sua formação atual

Em 1962 Bob Marley foi escutado por um empresário musical chamado Leslie Kong que, impressionado, o levou a um estúdio para gravar algumas músicas. A primeira delas “Judge Not” logo foi lançada pelo selo Beverley’s. No ano seguinte Bob decidiu que o melhor caminho para alcançar o sucesso era em um grupo, chamando para isso Bunny e Peter para formar os "Wailing Wailers". O novo grupo ganhou a simpatia do percussionista rastafari Alvin Patterson, que os apresentou ao produtor Clement Dodd. Na metade de 1963 Dodd ouviu os Wailing Wailers e resolveu investir no grupo. O ritmo da moda na Jamaica então era o Ska que, com uma batida marcada e dançante, misturava elementos africanos com o rhythm & blues de New Orleans e que tinha Clement “Sir Coxsone” Dodd como um dos seus mais famosos divulgadores. Os Wailing Wailers lançaram o seu primeiro single, “Simmer Down”, pela gravadora Coxsone no fim de 1963 e em janeiro a música já era a mais tocada na Jamaica, permanecendo nessa posição durante dois meses. O grupo então era formado por Bob Marley, Bunny Wailer, Peter Tosh, Junior Braithwaite e dois backing vocals, Beverly Kelso e Cherry Smith.

Wailing Wailers em seu início de crreira
Bunny Wailer, Bob Marley e Pter Tosh

Nessa época chegou pelo correio a passagem que Cedella, que tinha se casado novamente e mudado para Delaware nos Estados Unidos, conseguiu comprar após muito esforço. Ela desejava dar a Bob uma nova vida na América, mas antes da viagem ele conheceu Rita Anderson e em 10 de fevereiro de 1966 eles se casaram. Marley passou apenas oito meses com a mãe antes de retornar à Jamaica, onde começou um período que teve importância especial no resto de sua vida. Bob chegou em Kingston em outubro de 66, apenas seis meses depois da visita da Sua Majestade Imperial, o Imperador Hailè Selassiè, da Etiópia, que trouxe nova força ao movimento Rastafari na ilha. O envolvimento de Marley com a crença Rastafari também estava crescendo e, a partir de 67, sua música começou a refletir isso.
Os hinos dos Rude Boys deram lugar a uma crescente dedicação às canções espirituais e sociais que se tornaram a pedra fundamental do seu real legado. Bob, então, convidou Peter e Bunny para novamente formarem um grupo, dessa vez

chamado “The Wailers”. Rita também começava sua carreira como cantora com um grande sucesso chamado “Pied Piper”, um cover de uma canção pop inglesa.
música jamaicana, entretanto, havia mudado. A frenética batida do Ska estava dando lugar a um ritmo mais lento e sensual chamado Rock Steady. A nova crença Rastafari dos Wailers os colocou em conflito com Coxsone Dodd e, determinados a controlar seu próprio destino, os fez criar um novo selo, o Wail’N’Soul. Mas, apesar de alguns sucessos, os negócios dos Wailers não melhoraram muito e o selo faliu no fim de 1967. O grupo sobreviveu, entretanto, inicialmente como compositores de uma companhia associada ao cantor americano Johnny Nash que, na década seguinte, teria um grande sucesso com “Stir It Up”, de Bob.
Os Wailers então conheceram um homem que revolucionaria o seu trabalho: Lee Perry, cujo gênio produtivo havia transformado as técnicas de gravação em estúdio em arte. A associação Perry / Wailers resultou em algumas das melhores gravações da banda. Músicas como “Soul Rebel”, “Duppy Conqueror”, “400 Years” e “Small Axe” se não foram clássicos definiram a direção futura do reggae. Em 1970, Aston ’Family Man’ Barrett e seu irmão Carlton (baixo e bateria, respectivamente) se uniram aos Wailers. Eles eram o núcleo da banda de estúdio de Perry e haviam participado de várias gravações do grupo. Os irmãos eram conhecidos como a melhor seção rítmica da Jamaica, status que continuariam ostentando pela década seguinte. Os Wailers eram então reconhecidos como grande sucesso no Caribe, mas internacionalmente continuavam desconhecidos.
No verão de 1971 Bob aceitou o convite de Johnny Nash para acompanhá-lo à Suécia, ocasião em que assinou contrato com a CBS, que também era a gravadora do americano. Na primavera de 72 todos os Wailers já estavam na Inglaterra,

promovendo ostensivamente o single “Reggae on Broadway”, mas sem alcançar bom resultado. Como última tentativa Bob entrou nos estúdios da Island Records, que havia sido a primeira a dar atenção ao crescimento da música jamaicana, e pediu para falar com o seu fundador, Chris Blackwell. Blackwell conhecia a fama dos Wailers e o grupo estava fazendo uma proposta irrecusável. Eles estavam adiantando 4 mil libras para gravar um álbum e para que, pela primeira vez, uma banda de reggae tivesse acesso as mais avançadas técnicas de gravação e fosse tratada como eram as bandas de rock da época.
Antes dessa proposta as gravadoras achavam que um grupo de reggae só vendia em singles ou compilações com várias bandas. O primeiro álbum dos Wailers, “Catch A Fire” quebrou todas as regras: era lindamente embalado e fortemente promovido. Era o começo de um longo caminho à fama e ao reconhecimento internacional. Embora “Catch A Fire” não tenha sido um hit instantâneo, o álbum teve um grande impacto na mídia. O ritmo marcante de Marley, aliado às suas letras militantes vinham com total contraste ao que estava sendo feito então. Além disso, a Island promoveu uma turnê do grupo na Inglaterra e nos Estados Unidos, o que era uma completa novidade para uma banda de

reggae.
Os Wailers chegaram em Londres em abril de 73, embarcando numa série de apresentações que mostraria sua qualidade como banda de shows ao vivo. Entretanto, após três meses, o grupo voltou à Jamaica e Bunny, desencantado com a vida na estrada, se recusou a tocar na turnê americana. No seu lugar entrou Joe Higgs, o velho professor de canto dos Wailers. A turnê americana incluía, além de algumas casas de show, a participação em alguns shows de Bruce Springsteen e Sly & The Family Stone, a principal banda de música negra americana do momento. Mas depois de quatro shows ficou claro que colocar os Wailers abrindo espetáculos poderia ser ruim para as atrações principais. A banda foi então para San Francisco, onde a rádio KSAN transmitiu uma apresentação ao vivo que só foi publicada em 1991, quando a Island lançou o álbum comemorativo “Talkin’ Blues”.
Em 73, o grupo também lançou o seu segundo álbum pela Island, “Burnin’”, um LP que incluía novas versões de algumas das suas mais velhas músicas, como: “Duppy Conqueror”, “Small Axe” e “Put It On”, junto com faixas como “Get Up, Stand Up” e “I Shot The Sheriff” (que no ano seguinte se tornaria um enorme sucesso mundial na voz de Eric Clapton, alcançando o primeiro lugar na lista dos singles mais vendidos nos Estados Unidos).
Em 74 Marley passou uma grande parte do seu tempo no estúdio trabalhando nas sessões que resultaram em “Natty Dread”, um álbum que incluía músicas como “Talkin’ Blues”, “No Woman No Cry”, “So Jah Seh”, “Revolution”, “Them Belly Full (But We Hungry)” e “Rebel Music (3 o’clock Roadblock)”. No início do próximo ano, entretanto, Bunny e Peter deixariam definitivamente o grupo para embarcar em carreiras solo enquanto a banda começava a ser conhecida por Bob Marley & The Wailers.

Agradecimentos a Jahman*


SAIBA +

THE WAILERS em São Paulo

Espaço das Américas
Dia 22/03 (Domingo), a partir das 17hs
Rua Tagipuru, 795 - Barra Funda
Tel.: (11) 3829 4899
Ingressos: Primeiro lote - R$ 40 (com a apresentação da carteira de estudante ou 1 kg de alimento não perecível). Segundo lote - R$ 50 (com a apresentação da carteira de estudante ou 1 kg de alimento não perecível)
Capacidade: 8 mil pessoas
Censura : 18 anos.

terça-feira, 17 de março de 2009

Uma nova campanha

Parece piada este post escrito pelo Greg. Infelizmente não é - vejam o link que dá acesso a uma matéria bem legal publicada pelo jornal sorocabano Cruzeiro do Sul: http://www.cruzeirodosul.inf.br/materia.phl?editoria=42&id=158787

Essa é a típica medida feita pelo típico político que não tem o que fazer, ou melhor: tem muito a fazer, não faz - como grande parte de nossos homens da lei - e inventa bobagens para aparentar alguma ação efetiva perante a opinião pública. Romeu Tuma, o eterno xerife da ditadura militar no Brasil, autor da asneira a qual comento aqui, que o diga.

Há tempos venho debatendo esse assunto com colegas, principalmente por linkar com outro tema bastante semelhante, o do músico profissional. Não que DJs sejam músicos, muito longe disso, mas os musicistas não necessitam de nenhum tipo de diploma para exercer sua profissão - um registro da Ordem nacional, a OMB, entidade que existe nas aparências, uma vez que pouco ou nada faz por esses esforçados profissionais, basta, a despeito de existir um curso superior de grande qualidade, mas com certeza, não necessário para exercer o cargo.

Assim como um escritor de livros, um vaqueiro que laça bois, um web designer, entre outras inúmeras atividades remuneradas, não necessitam de um diploma, o mesmo deve ser aplicado aos DJs. Acho uma grande idéia regulamentar a profissão - tal como foi feito com a profissão de diarista alguns anos atrás, ou com a do próprio músico, citado anteriormente - para dar direitos inerentes a qualquer trabalhador em um regime não escravo de labor. Da regularização à obrigatoriedade do diploma temos uma vala enorme.

Obrigar um jovem programador de discos a passar quatro anos de sua vida estudando com prováveis picaretas - que muitas vezes saberão menos do que ele - um assunto que ele aprendeu na prática, é um desaforo!

Faço uma proposta para os nossos queridos políticos brasileiros, já que eles adoram inventar leis cuja aprovação só poderia se dar num país como o nosso, comandado por eles: por que, a partir de 2009, não lançamos a obrigatoriedade do diploma de ensino superior a políticos?

Quem sabe a faculdade não ensine estes a se tornarem um pouquinho mais atentos a seus cargos, a trabalhar com algo de seriedade e com um pouquinho de ética. Talvez, com um currículo obrigatório, esses homens e mulheres, tão apaixonados por fazer leis, aprendam também a cumprir e respeitar as mesmas.

A campanha está aberta:

Diploma para políticos já!

sábado, 14 de março de 2009

DJ precisa de diploma? Saiba tudo sobre a nova lei que pode entrar em vigor


Freddy Vieira no Open Air Tour, em Nagoya, Japão

Na semana passada, o projeto de lei proposto pelo senador Romeu Tuma (PTB-SP) para regularizar a profissão de DJ gerou polêmica. Basicamente o texto, elaborado em 2007, sugere que todo DJ precisa de um diploma para exercer seu trabalho.

A lei está em trâmites no Senado. Ela já foi aprovada pela Comissão de Cultura, Educação e Esporte. Mas, para entrar em vigor, precisa ainda passar por uma votação no plenário do Senado, depois pela Câmara dos Deputados. A última etapa é receber a sanção do presidente da República.

Vários artigos compõem o projeto do senador. Entre eles, três chamam mais a atenção:

- Todo DJ terá que possuir um registro prévio na Delegacia Regional do Trabalho do Ministério do Trabalho, para exercer a profissão.

- O DJ terá que apresentar seu diploma de um curso profissionalizante reconhecido pelo MEC. Também precisará de um atestado de capacitação profissional que será fornecido pelo próprio sindicato.

- Todo evento que tiver um DJ estrangeiro, ele terá que ter, obrigatoriamente, 70% da participação de DJs nacionais.

Divergências


Jurassic Soundsystem, em São Paulo

A proposta do senador dividiu a opinião de diversas pessoas que trabalham na área. O coletivo Jurassic Soundsystem, composto por cinco DJs paulistas, dizem não concordarem com a exigência do diploma. “A discotecagem é algo que se descobre, não que se aprende na marra. Cada DJ tem o seu estilo, a sua particularidade, que não dá para ser ensinado em cursos. Então quer dizer que agora todos terão que se adequar a certos padrões a serem ensinados em uma faculdade?”, questiona o grupo.

Para eles, se a profissão for regularizada, não garantirá “respeito” aos DJs. “Muita gente começou nesse meio por hobby, tomou gosto pela coisa e a partir de então, começou a ser profissional, ganhar respeito e ter seu espaço. Não é o diploma que garantirá isso”, afirmam.

Em contraponto, o DJ e produtor Freddy Vieira, julga que a iniciativa é “positiva”, apesar da lei apresentar muitas falhas. “O trabalho de um DJ é muito mais do que saber usar os equipamentos e colocar músicas para galera dançar, não é algo que você possa fazer como hobby, exige dedicação e tempo. Ainda mais se você trabalhar como produtor”, diz Freddy. Para o DJ, o que falta

Sobre a cota de DJs nacionais, Freddy afirma que ela é importante para valorizar os profissionais brasileiros, mas discorda quanto à porcentagem. “Pode trazer alguns problemas para o negócio em geral. Eventos com artistas internacionais têm mais apelo comercial e levam mais público. Isso faz com que os eventos sejam maiores e isso gera maior receita. É preciso sim valorizar os profissionais brasileiros, mas não sei se esse limite de 30% de artistas internacionais é a melhor forma”, ressalta.

segunda-feira, 9 de março de 2009

Começar um blog...

Confesso que nunca quis ter um blog.

Sempre tive certo preconceito, não sei bem a razão disso. Fato é que novas tecnologias nunca foram meu forte e eu sempre vi a ferramenta em questão como um diário virtual, uma coisa para meninas falarem suas particularidades, tal como costumavam fazer com as famigeradas agendas pessoais, com suas colagens de lembranças e segredos impublicáveis.

Paradoxalmente, para mim, sempre foi muito comum ter uma grande vontade de escrever sobre determinado assunto, daquelas vontades em que ficamos imaginando o texto em nossas cabeças, fantasiando como este poderia ser. Mas sem lugar para publicar, qual o sentido de escrever?
Agora, na universidade em que estudo jornalismo, o Mackenzie, temos todos que fazer um blog sobre algum tema e atualizá-lo semanalmente, no mínimo.

Sinceramente, achei uma grande idéia. Primeiramente, porque eu dificilmente abriria um por conta própria. Já que sou obrigado, tenho uma boa oportunidade para me aprofundar em um assunto específico, já que a página necessita de um tema. Por último, nada melhor para um estudante de jornalismo do que praticar sua escrita.

Pois bem, inauguro aqui, juntamente com meu colega de classe, o baixinho Greg Fernandes, nosso blog, que batizamos com o nome Do Rock ao Reggae. Você deve estar se perguntando o porquê desse nome. Explico: Greg é um fanático por reggae e música jamaicana em geral. De fato, o garoto tem uma página amplamente reconhecida em seu meio, o que o levou, inclusive, a ser promovido blogueiro oficial do estilo para a Mtv. Bacana, né?
A parte do Rock foi por minha conta!

O nome é apenas um nome. Aqui falaremos de música em geral e das tribos que acompanham aos diferentes estilos musicais, com seus gostos e costumes. Claro que, a oportunidade de escrever sobre estilos dos quais gostamos, sobre as tribos das quais um dia fizemos parte, faz com que caiamos na tentação de falar só sobre eles. Algo que prometo tentar evitar...

E que comece o debate!

David Shalom