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quinta-feira, 14 de maio de 2009

Heaven and Hell: Black Sabbath no Brasil

Para quem gosta de Rock pesado – leia-se Heavy Metal – o ano de 2009 tem sido um prato cheio. Após os gigantes do Iron Maiden e os mascarados do Kiss terem aportado por terras tupiniquins, é a vez de mais uma lenda tocar em nossa humilde nação sul-americana.

O mês de maio recebe pela terceira vez os ingleses do Black Sabbath. Para quem não sabe, essa é a banda que revelou o carismático e esquisitão Ozzy Osbourne.

O grupo que teremos a oportunidade de assistir neste final de semana, é composto por Geezer Butler (baixo) e Tony Iommy (guitarras), ambos do line up original, Vinny Appice, baterista de vasta experiência, inclusive nesta banda, e, sem dúvida o grande destaque da turnê, o baixinho – e de voz única – Ronnie James Dio. Foi com essa
formação que o Sabbath gravou “Mob Rules” e “Heaven and Hell” (nome de batismo do grupo para esta turnê), que, na opinião deste que vos escreve, são os dois melhores álbuns da carreira deles.

Ronnie James Dio


Nascido nos EUA com o nome de Ronald Padavona, Dio começou como baixista e vocalista da banda Elf, de sonoridade extremamente interessante, mas foi no Rainbow, banda de Ritchie Blackmore, guitarrista e principal compositor do Deep Purple, que o magistral cantor ganhou os holofotes.

Após o fim do projeto, Ronnie James foi convocado para substituir Ozzy no Black Sabbath - pois este havia abandonado o grupo para seguir carreira solo - e foi aí que sua carreira realmente deslanchou. Em 1983, querendo alçar voos mais altos, o baixinho lançou seu primeiro disco solo: Holy Diver. Chamado a partir daí de, simplesmente, Dio, o vocalista tornou-se uma das mais respeitadas vozes do meio, além de ser figura emblemática no Metal pesado. Sabe os chifrinhos que os fãs do estilo tanto gostam de fazer com as mãos? Bem, foi ele quem os introduziu e popularizou, tornando-os, inclusive, inerentes à própria imagem Rock.

Heaven and Hell

A razão para o nome é muito simples: desde 1998, o Black Sabbath vem se reunindo com seu primeiro vocalista, Ozzy Osbourne. Por causa disso, o líder da banda, Tony Iommy (que já fez parte do Jethro Tull anos atrás, em 1969, mas isso é uma outra história), decidiu, por respeito à instituição do grupo junto ao cantor original, dar um nove nome diferente para excursionar nesta turnê. Optou-se então por Heaven and Hell.


Brasil


O Black Sabbath nasceu em 1969, mas, por incrivel que pareça, essa é apenas a sua terceira excursão pelo país – diferente do Maiden, por exemplo, que já veio 7 vezes para cá. A primeira deu-se em 1992, justamente com esse line up que está em turnê. Na época, a banda se reuniu, assim como agora, somente para fazer shows, nada de reuniões e novos discos, apenas concertos nostálgicos para fãs carentes. A passagem foi um sucesso estrondoso, com ampla cobertura midiática nas 6 apresentações realizadas na terra do futebol (3 em São Paulo, 2 no Rio e uma em Porto Alegre).

Dois anos depois, em 1994, a banda retorna para show memorável, no primeiro Monsters of Rock realizado no Brasil, com gigantes como Kiss e Slayer entre os conjuntos participantes. O vocalista à época era Tony Martin, competente, porém muito aquém da qualidade e carisma de Dio.

Dio também veio para cá com sua banda solo em 2001, no Credicard Hall, e, um ano antes, com o Deep Purple & Orquestra, quando tocaram por três noites consecutivas no Via Funchal, na capital paulista. A potente e inigualável voz do baixinho fez o vocalista do Purple, Ian Gillan, ficar roído de inveja, fato nitido, especialmente quando Dio adentrou ao palco e o público delirou como não havia até então, como se o concerto estivesse apenas começando – e já estava mais para o final.

Agora é acompanhar mais um belo show promovido por aqui. Não é todo ano que temos tanta quantidade e, principalmente, qualidade na escolha de nossos eventos rockeiros, portanto, é importante aproveitar o momento, apesar do altíssimo valor dos ingressos.

Ah, o show do Kiss foi fantástico, emocionante, vibrante! Falarei com detalhes sobre ele assim que possível...por enquanto, fica a dica do Heaven and Hell, amanhã e sábado, no Credicard Hall.
Um abraço!

Confira esse vídeo muito bacana do Black Sabbath tocando o clássico Paranoid com Ronnie James Dio nos vocais, em 1992, no Canecão (Rio de Janeiro):
http://www.youtube.com/watch?v=DDXr3RspXsY


Carreira solo de Dio no festival Wacken Open Air, na Alemanha: inigualável!
http://www.youtube.com/watch?v=1Sxc25uWqI8


Heaven and Hell na Itália! De arrepiar!
http://www.youtube.com/watch?v=b4VtbKrUKGQ


Heaven and Hell pelo mundo. Datas da Tour:

Maio 05 - Bogota, Colombia, Coliseo el Campin
Maio 07 - Buenos Aires, Argentina, Luna Park
Maio 08 - Santiago, Chile, Velodromo
Maio 10 – Belo Horizonte, Brazil, Chevrolet Hall
Maio 13 - Brasilia, Brazil, Ginadsio Nilson Nelson
Maio 15 - Sao Paulo, Brazil, Credicard Hall
Maio 16 - Sao Paulo, Brazil, Credicard Hall
Maio 17 - Rio de Janeiro, Brazil, Citibank Hall Rio
Maio 30 - Moscow, Russia, B1
Maio 31 - Moscow, Russia - B1
Junho 02 - Helsinki, Finland, Icehall
Junho 04 - Oslo, Norway, Spektrum
Junho 06 - Sölvesborg, Sweden, Sweden Rock Festival
Junho 08 - Giessen, Germany, Hessenhallen
Junho 09 - Berlin, Germany, Zitadelle
Junho 10 - Bamburg, Germany, Jakoarena
Junho 12 - Donnington, England, Download Festival
Junho 13 - Bergum, Holland, Waldrock Festival
Junho 14 - Karlsruhe, Germany, Europahalle
Junho 16 - Bonn, Germany, Museumsplatz
Junho 17 - Zürich, Switzerland, Volkshaus
Junho 19 - Clisson, France, Hellfest
Junho 26 - Dessel, Belgium, Graspop Festival
Junho 27 - Milan, Italy, Gods Of Metal.

terça-feira, 12 de maio de 2009

O que a música Jamaicana tem a ver com Jazz ?

Boa parte da música Jamaicana deve muito ao Jazz. O ritmo foi muito bem incorporado pelo Ska com os improvisos dos trompetes soxofones e trombones e já bem conhecido por bandas como Skatalites e outras do estilo chamado Ska-Jazz.


Mas a relação do Jazz com o Early Reggae é mais inusitada. Mais ainda é a ligação do Jazz com rocksteady.


Aqui vai uma amostra de um rocksteady-jazz RARÍSSIMO de uma releitura de um clássico do Herbie Hancok, Cantaloup Island.
Nessa versão ela tem o nome de Cantaloupe Rock


 











 



Esse álbum é a prova da grande adaptabilidade do Reggae a outros ritmos, assim como é a prova de como o mercado fonográfico é falho em retirar de circulação obras recentes como essa, lançada em 1999, hoje em dia só é encontrada na mão de colecionadores no Ebay. Apesar do álbum ser de 99, as bases são clássicos da Studio One compreendidos entre o final da década de 60 e o começo de 70.

Coxsonne Dodd convidou o Trompetista jamaicano de Jazz Roy "Bubbles" Burrowes para improvisar em alguns de seus mais famosos riddims da Studio One. Acompanhando Roy Burrowes nos improvisos vieram os Saxofonistas norte-americanos Clifford Jordan e Charles Davis para incrementar um dos melhores álbuns de instrumentais de Early reggae e Rocksteady. A Maioria das bases são instrumentais do Sound Dimension, grupo base da Studio One, com alguns nomes como Jackie Mittoo, Roland Alphonso, Ernest Ranglin e Cedric Im Brooks.


 




















 


Para ouvir mais faxias desse álbum: http://youandmeonajamboree.blogspot.com/2009/01/roy-burrowes-with-clifford-jordan-and.html


 


 



Álbum raro!
Gravado em 1976 pelo selo Eve e produzido por Buster Riley.
Apesar do nome, esse álbum não remete tanto ao Jazz quanto o  álbum "Reggae Au Go Jazz". Mas é possível perceber os improvisos instrumentais de Tommy McCook. Faixas como a 'Caution' que demonstra bem esse estilo de 'Reggae Jazzistico' de McCook.
Tem até umas faixas típicas do Skinhead reggae como a faixa 'Collin'


 





























 


http://youandmeonajamboree.blogspot.com/2009/04/tommy-mccook-reggae-in-jazz-1976.html


 


 

New Cross Fire: Incêndio em festa com soundsystem deixa 13 mortos

O New Cross Fire foi um devastador incêndio em uma festa de aniversário, que matou 13 pequenas crianças negras em 18/01 de 1981 no sudeste de Londres. O caso recebeu uma grande repercursão devido ao fato da comunidade branca agir com indiferença ao acidente, até mesmo a Polícia Metropolitana de Londres foi acusada de esconder os fatos, criando protestos entre os ativistas políticos negros e até hoje é um mistério de como começou o incêndio. New Cross já era uma região conhecida por tensões raciais e por ser um local que havia constantes ações do National Front. Depois de 28 anos, familiares das vítimas ainda dizem que foi um incêndio criminoso!

'Na capa Sir Collins e seu filho Steve Collins'


Sir Collins, conhecido pelo hit 'Black Panther' produziu esse LP em memória de seu filho, Steve Collins. Com apenas 18 anos, Steve morreu enquanto tocava com seu sound system na famosa festa de New Cross Fire, sound system que foi dado de presente pelo seu pai, Sir Collins. Steve mandava muito bem nos scorchers e também era um bom cantor, na época foi reconhecido como o mais novo e melhor jovem cantor de Londres. Outros cantores de reggae também chegaram a comentar sobre o 'incêndio' nas suas músicas, como: Benjamin Zephaniah que gravou a música '13 dead' (Treze Mortos), Linton Kwesi Johnson ‘New Craas Massahkah’ e Johnny Osbourne que gravou a música: '13 dead and nothing said' (13 mortos e nada dito).


'Na contra-capa Steve Collins, filho de Sir Collins que morreu no incêndio tocando seu soundsystem'


Confira alguns sons desse LP que é uma obra de arte, tanto musicalmente quanto historicamente. A depressão de seu pai e seu imenso talento está exposto claramente nesse LP... Com vocês, Steve Collins...





























Para ouvir o resto do LP, clique aqui!